Seminário GDOP

Data:11/05/18
Horário: 14h00.
Local: Auditório do CEM

Formação de Planetas Terrestres: O caso de colisões ineficientes.

Patrick Franco (UNESP-FEG)

Estudos de formação dos planetas terrestres são usualmente baseados em simulações numéricas de N-corpos, onde as colisões envolvendo planetesimais e/ou embriões são geralmente consideradas construtivas: geram um novo corpo cuja massa é a soma das massas envolvidas e o momento linear total é conservado. Esta abordagem funciona razoavelmente bem para a formação da Terra, de Vênus e de Marte. Porém, o planeta Mercúrio apresenta características que o classificam como um corpo formado apenas pelo núcleo (~70%). Isso supostamente ocorre devido à colisões ineficientes: dois corpos (protoplanetas) colidem, não há acreção e parte da matéria deles é (ou não) perdida. Em nosso trabalho, utilizamos parâmetros que permitiram uma análise mais detalhada do momento do encontro dos corpos, nomeadamente parâmetro de velocidade, de impacto, de energia e razão de massas. Além disso, utilizamos um mapeamento de colisões a partir das leis de escala segundo proposto por Leinhardt & Stewart (2012), o que nos permitiu verificar quais eram os possíveis resultados das colisões ocorridas dentre os cenários: acreção, acreção parcial, hit-and-run e erosão. Para tanto, utilizamos um conjunto de simulações com diferentes condições iniciais do último estágio de formação do Sistema Solar, baseadas nos trabalhos de Izidoro et al.  (2014) e Izidoro et al. (2015). Nesta fase, planetesimais e embriões interagem gravitacionalmente e no cruzamento de suas órbitas diversos impactos ocorrem. Dessas colisões, observamos que existem vários casos dentro do regime hit-and-run. cuja perda de material do projétil provavelmente daria origem a um corpo com a estrutura de Mercúrio.